A falta de diagnóstico para o vírus HIV quase levou à morte o consultor de informática Luís Chacon, de 56 anos. Em agosto de 2022, ele deu entrada no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), no estado de Goiás, com um quadro de insuficiência respiratória aguda. Debilitado e sem conseguir andar, foi imediatamente internado na unidade de tratamento intensivo (UTI).
A suspeita inicial era Covid-19, mas essa hipótese foi descartada após a realização de teste rápido. Depois de novos exames, os médicos chegaram ao diagnóstico de pneumocistose. O infectologista Murilo Calábria, responsável pela internação de Luís, explica que essa é uma doença infecciosa provocada por um fungo. A enfermidade costuma ocorrer em pacientes com o sistema imunológico comprometido e, caso não seja tratada adequadamente, pode matar.
O passo seguinte para o tratamento foi descobrir por que a imunidade de Luís estava tão baixa. O exame para HIV deu positivo, mas, dentro do quadro da pneumocistose, não era possível entrar com o coquetel de medicamentos.
No entanto, o inesperado aconteceu. Luís começou a apresentar sinais de melhoras e foi extubado. Ficou dois dias sob observação e, então, recebeu alta. “Foi um milagre. Minhas chances de sobrevivência eram mínimas, e aqui estou hoje”, comemora.
Volta à vida normal
Mesmo debilitado, com tremores nas mãos e sem conseguir digitar direito, ele voltou a trabalhar 15 dias depois de alta. “Quando saí do hospital, os médicos me falaram: ‘Vida normal’. E de fato é”, afirma.
Sete meses após o ocorrido, ele está bem. Não descuida dos medicamentos que mantêm o HIV sob controle e conta ter chorado de emoção na primeira vez que foi à academia. “Achava que não iria nem andar mais, quem dirá malhar”, brinca.
Em um ato de coragem, no último dia 18 de fevereiro, ele se voluntariou para dar um depoimento para os funcionários do hospital. Era um momento interno da instituição para falar sobre a importância da prevenção do HIV na época do Carnaval.
Esta reportagem é a segunda ocasião em que Luís divulga sua história. O objetivo é derrubar preconceitos e ampliar a conscientização das pessoas sobre a importância do diagnóstico.